Logo após o arrebatamento
da Igreja, dar-se-á na terra um tempo descrito na bíblia como sendo a GRANDE
TRIBULAÇÃO. Esse será um tempo de horror para o mundo, para os que não foram
arrebatados por não acolherem a Palavra de Deus.
Mas para os que foram
arrebatados existem dois acontecimentos retratados nas Escrituras, de
significado estatológico especial, dos quais a igreja tomará parte após o
arrebatamento nos céus: as Bodas do Cordeiro e o Tribunal de Cristo.
5.1 AS BODAS DO CORDEIRO
A palavra Bodas tem o
significado de celebração de casamento, festa com que se celebra
casamento.
Em muitos trechos do Novo
Testamento a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do
noivo e da noiva (Jo 3.29; Rm 7.4; 2 Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19.7,8;
21.1-22.7). No arrebatamento da igreja, Cristo aparece como o noivo que leva a
noiva consigo, para que o relacionamento que foi prometido seja consumado e os
dois se tornem um. As bodas do Cordeiro constituem um acontecimento que,
evidentemente, inclui Cristo e a igreja, será o casamento tão esperado de
Cristo com sua Noiva, a igreja.
As bodas do Cordeiro será algo
que ocorre entre o arrebatamento da igreja e a segunda vinda de Cristo. Antes
do arrebatamento a igreja ainda aguarda essa união. Conforme Apocalipse 19.7,
as bodas já terão ocorrido na segunda vinda, pois a declaração é : "são
chegadas as bodas do Cordeiro". O tempo aoristo, êlthen, traduzido
por "chegadas", significa ato concluído, mostrando que as bodas já
foram consumadas quando Cristo volta na sua segunda vinda.
O local das Bodas do Cordeiro
só pode ser o céu, visto que, quando o Senhor retornar, a igreja virá nos ares
(Ap 19.14), as bodas devem ocorrer no céu. Nenhum outro local seria adequado a
um povo celestial (Fp 3.20).
Apocalipse 19:9 – “Então, me
falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das
bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus.”
Apocalipse 19:7 – “Alegremo-nos,
exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja
esposa a si mesma já se ataviou,”
O convite para as bodas do
Cordeiro.
Mateus 22:4-8 – “Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos
convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram
abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Eles, porém, não se
importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os
outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram. O rei ficou irado e,
enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a
cidade. Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados
não eram dignos”.
5.2 O TRIBUNAL DE CRISTO
O TRIBUNAL DE CRISTO não
é um tribunal para julgamento de pecados, e sim, um Tribunal para entrega dos
galardões dos santos. Nesse Tribunal haverá muita alegria, pois Deus, por
ocasião das Bodas do Cordeiro, entregará os galardões de cada um conforme suas
obras.
2 Coríntios 5:10 – “Porque importa que todos nós compareçamos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver
feito por meio do corpo”.
Romanos 14:10 – “Tu, porém,
por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos
compareceremos perante o tribunal de Deus”.
1 Coríntios 3:10-15 – “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o
fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um
veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi
posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o
fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se
tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada
pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se
permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá
galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será
salvo, todavia, como que através do fogo”;
1 Coríntios 4:5 – “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o
Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas
também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu
louvor da parte de Deus”.
Apocalipse 22:12 – “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que
tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”.
Isaías 40:10 – “Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço
dominará; eis que o seu galardão está com ele, e diante dele, a sua recompensa”.
Isaías 62:11 – “Eis que o Senhor fez ouvir até às extremidades da terra
estas palavras: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; vem com ele
a sua recompensa, e diante dele, o seu galardão”.
5.2.1 O
CARÁTER DO TRIBUNAL DE CRISTO
Em 2 Coríntios 5.10 e Romanos
14.10, é declarado que os crentes serão examinados diante do Filho de Deus.
Isso é explicado com maiores detalhes em 1 Coríntios 3.10-15.
Existem duas palavras
traduzidas por "tribunal" no Novo Testamento. A primeira é critërion,
usada em Tiago 2.6 e em 1 Coríntios 6.2,4. Essa palavra significa "instrumento
ou meio de pôr à prova ou julgar qualquer coisa; lei pela qual alguém
julga" ou "local onde o julgamento é feito; tribunal de juiz; banca de
juizes". Conseqüentemente a palavra se referia ao padrão ou critério pelo
qual o julgamento era dispensado ou ao local onde o julgamento era realizado.
A segunda palavra é bêma,
“...local elevado cujo acesso se fazia por degraus; plataforma, tribuna; usada
em relação ao assento oficial de um juiz, Atos 18.2,16 ...assento de tribunal de
Cristo, Romanos 14.10 [...] a estrutura, assemelhando-se a um trono, que
Herodes construiu no teatro em Cesaréia e a qual ele usava para assistir aos jogos
e fazer discursos ao povo.
No Novo Testamento parece
significar geralmente o assento. Mas em alguns trechos significa uma plataforma
na qual o assento é colocado. No Areópago o [bêma] era uma plataforma de
pedra.
Nos jogos gregos de Atenas, a
velha arena tinha uma plataforma elevada na qual se assentava o presidente ou
juiz da arena. De lá, ele recompensava todos os competidores; e lá, ele recompensava
todos os vencedores. Era chamado "benta" ou "assento
de recompensa". Nunca foi usado em referência a um assento judicial.
Desse modo, associa-se a essa
palavra a idéia de proeminência, dignidade, autoridade, honra e recompensa, e
não a idéia de julgamento. A palavra que Paulo escolheu em referência ao local
diante do qual se dará esse acontecimento deixa prever seu caráter.
Concluímos então que o TRIBUNAL
referido para esta ocasião tanto em 2 Co 5.10 e Rm 14.10 o “BÊMA”, é um
tribunal para recompensar a Igreja, a distribuição dos galardões, segundo as
obras de cada um. Não haverá julgamento de condenação, mas uma grande
celebração e alegria para a igreja do Senhor.
5.2.2 A OCASIÃO DO BÊMA (TRIBUNAL) DE CRISTO.
O acontecimento aqui descrito ocorre
imediatamente após o arrebatamento da igreja para fora da esfera terrestre.
Existem várias considerações que apóiam essa informação.
1) Em primeiro lugar, de acordo com Lucas 14.14,
recompensa está associada à ressurreição. Visto que, de acordo com 1 Tessalonicenses
4.13-17, a ressurreição é parte fundamental do arrebatamento, o galardão deve
ser parte desse plano.
2) Em 1 Coríntios 4.5, em 2 Timóteo 4.8 e em
Apocalipse 22.12, o galardão está associado com "aquele Dia", quer
dizer, o Dia em que Ele
vier para os Seus (arrebatamento). Desse modo, devemos notar que o galardão da
igreja acontecerá logo após o momento em que Cristo arrebatar a sua igreja. Será entre o
arrebatamento e a revelação de Cristo à terra, a segunda vinda de Cristo.
5.2.3 O LUGAR DO BÊMA (TRIBUNAL) DE CRISTO.
Não é preciso destacar que esse
exame deve realizar-se na esfera das regiões celestes.
Em 1 Tessalonicenses 4.17 diz
que seremos "arrebatados [...] entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares". Visto que o bema (tribunal de Cristo) segue o arrebatamento,
os "ares" devem ser o seu palco. Isso também é apoiado por 2
Coríntios 5.1-8, em que
Paulo descreve os acontecimentos que ocorrem quando o crente
"deixar o corpo e habitar com o Senhor". Desse modo, isso deve
acontecer na presença do Senhor na esfera dos "lugares celestiais".
5.2.4 O JUIZ NO BÊMA (TRIBUNAL) DE CRISTO.
Em 2 Coríntios 5.10 deixa claro
que esse exame é conduzido diante da presença do Filho de Deus. João 5.22 declara
que todo o julgamento foi confiado às mãos do Filho. O fato de esse mesmo
acontecimento ser citado em Romanos 14.10 como "o tribunal de Deus"
mostraria que Deus confiou o julgamento às mãos do Filho também.
5.2.5 OS PARTICIPANTES
DO BÊMA (TRIBUNAL) DE CRISTO.
Pouca dúvida deve haver de que
o bêma de Cristo está relacionado apenas aos verdadeiros adoradores. O pronome
pessoal na primeira pessoa ocorre com tão grande freqüência em 2 Coríntios
5.1-19, que não pode ser desprezado. Apenas o crente poderia ter "uma casa
não feitas por mãos, eterna, nos céus". Apenas um crente poderia
experimentar "mortalidade [...] absorvido pela vida". Apenas um
crente poderia experimentar o trabalho de Deus, "que nos preparou para
isto, outorgando-nos o penhor do Espírito". Apenas um crente poderia ter a
confiança de que, "enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor".
Apenas um crente poderia andar "por fé, e não pelo que vemos". Sem
dúvida nenhuma em toda
Palavra de Deus se faz menção a Igreja como galardoada por
Cristo.
5.2.6 A BASE DA
AVALIAÇÃO NO BÊMA (TRIBUNAL) DE CRISTO.
Devemos observar mais uma vez de
forma cuidadosa que a questão aqui não é verificar se o julgado é ou não o
crente. A questão da salvação não está sendo considerada. A salvação ofertada
ao adorador em Cristo livrou-o perfeitamente de todo o julgamento (Rm 8.1; Jo
5.24; l Jo 4.17).
Trazer o crente (o que
verdadeiramente tem compromisso com Deus) para o julgamento dos pecados é negar
a eficácia da morte de Cristo e anular a promessa de Deus de que: "também de nenhum modo me lembrarei dos
seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre" (Hb 10.17).
Um santo nunca mais será
julgado pelas suas iniqüidades, pois já está legalmente morto com Cristo, e não
é mais conhecido ou tratado com base nos seus pecados. Antes ele estava sob
condenação de uma herança maldita pelo pecado; mas sua culpa foi eliminada pelo
sangue de seu Redentor, e ele é perdoado e livre justamente por causa de Seu Salvador,
é justificado pela fé, e é apresentado perante Deus como nova criatura;
e, de sua nova condição de aceito não poderá entrar em juízo.
João 5:24 – “Em verdade, em verdade vos
digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna,
não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”.
Romanos 8:1 – “Agora, pois, já nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.
1 João 4:17 – “Nisto é em nós aperfeiçoado o
amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é,
também nós somos neste mundo”.
Romanos 8:33-34 – “Quem
intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está
à direita de Deus e também intercede por nós”.
O Tribunal de Cristo está
relacionado com as recompensas e retribuições dos galardões que o verdadeiro
crente receberá da parte de Deus. Essa distribuição de galardões será feita
pelo próprio Cristo de acordo com o que cada um fez, de acordo com suas obras na
terra.
2 Coríntios 5:10 – “Porque
importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.
A palavra traduzida por
"compareçamos" aqui poderia ser mais bem traduzida por "sejamos
manifestos", de modo que o versículo diria: "Porque importa que todos
sejamos manifestos". Isso implica que o propósito do bëma é fazer
uma manifestação pública, demonstração ou revelação do caráter e das motivações
essenciais do indivíduo. As obras dos crentes são julgadas, chamadas "o [...] que tiver feito por meio do
corpo", a fim de que possa ser apurado se são boas ou más.
Com respeito à palavra “mal” (phaulos), devemos observar que
Paulo não usa as palavras comuns correspondentes a mal (kakos ou ponêras),
que significam o que é ética ou moralmente maléfico, mas, sim, a palavra significa:
... maldade sob outro aspecto, não o de maldade ativa ou passiva, mas de
inutilidade, de impossibilidade de gerar qualquer bem [...] Essa noção de inutilidade
ou desvalor é a noção central.
Desse modo o julgamento não
determina o que é eticamente bom ou mau, mas, pelo contrário, o que é aceitável
e o que não tem valor. O propósito do Senhor não é punir seus filhos pelos
pecados, mas recompensar seu serviço pelas coisas feitas em nome do Senhor.
Em:
1 Coríntios 3:10-15 – “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o
fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um
veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi
posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o
fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se
tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada
pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se
permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá
galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será
salvo, todavia, como que através do fogo”;
Vemos
que o Senhor manifestará também toda obra realizada em seu nome, todos os
ministérios que foram edificados sobre o fundamento.
Nos
versículos 14,15 declara que esse exame terá
duplo resultado: um galardão recebido e outro perdido.
O que determina se a obra de alguém
recebe ou perde um galardão é a prova pelo fogo, pois Paulo escreve:
"Manifesta se tornará a obra de cada um [a mesma palavra usada em 2 Coríntios
5.10]; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja
a obra de cada um o próprio fogo o provará" (1 Co 3.13).
Além disso, vemos que o exame
não é um julgamento baseado em observação externa; pelo contrário, é um teste
que apura o caráter e a motivação interna. Todo o propósito de uma prova pelo
fogo é identificar o que é destrutível e o que é indestrutível.
O apóstolo afirma que existem
duas classes de materiais com que os "cooperadores de Deus" podem
construir o edifício cujo alicerce já foi estabelecido. Ouro, prata, pedras
preciosas são materiais indestrutíveis.
Essas são as obras de Deus, das
quais o homem simplesmente se apropria e usa. Por outro lado, madeira, feno e
palha são materiais destrutíveis. São as obras do homem, que ele produziu com
seus próprios esforços. O apóstolo revela que o exame no bema de Cristo
visa a detectar o que foi feito por Deus mediante as pessoas e o que foi feito pela
própria força do homem; o que foi feito para a glória de Deus e o que foi feito
para a glória da carne.
Isso não pode ser concluído
pela observação externa, e, portanto, a obra deve ser posta a severa prova, para
que seu caráter verdadeiro seja demonstrado.
Com base nesse teste, haverá
duas decisões.
1) Haverá perda de recompensa para o que for
destrutível pelo fogo: Coisas feitas na força e para a glória da carne,
independentemente do ato, serão reprovadas. Paulo expressa seu medo de depender
da energia da carne e não do poder do Espírito quando escreve: "Mas
esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros,
não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1Co 9.27). Quando Paulo usa a
palavra desqualificado (adokimos), ele não está expressando medo de
perder sua salvação, mas de ter sua obra declarada "inútil". Para se
garantir contra uma possível interpretação de que sofrer uma perda significa
perder a salvação, Paulo acrescenta: "mas esse mesmo será salvo, todavia,
como que através do fogo" (1 Co 3.15).
2) Haverá recompensa para o que for indestrutível pelo
fogo: Toda obra feita para glória do Nome do Senhor, visando o reino de Deus
receberá da parte do Senhor galardão. Os ministérios que forem fiéis a Deus sem
vacilar e guardaram com fidelidade a Palavra do Senhor serão por Ele louvado.
1
Coríntios 15:58 – “Portanto, meus amados
irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo
que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”.
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